A propósito de uma conversa matinal e de um magnífico poema do Alberto Caeiro, sou levada a refletir que o segredo da vida tranquila é mesmo viver muitos Momentos 44 numa vida de 8 ou 80!
"Nem sempre sou igual no que digo e escrevo.
Mudo, mas não mudo muito.
A cor das flores não é a mesma ao sol
De que quando uma nuvem passa
Ou quando entra a noite
E as flores são cor da sombra.
Mas quem olha bem vê que são as mesmas flores.
Por isso quando pareço não concordar comigo,
Reparem bem para mim:
Se estava virado para a direita,
Voltei-me agora para a esquerda,
Mas sou sempre eu, assente sobre os mesmos pés,
O mesmo sempre, graças ao céu e à terra
E aos meus olhos e ouvidos atentos
E à minha clara simplicidade de alma ..."
Alberto Caeiro
(19.Fevereiro.2012)
'Entrar. Fechar a porta. Dar atenção ao Silêncio. Descer ao Centro da Alma e lá encontrar a voz que dá sentido a tudo o que se faz.'
"Tanto que aprender das sabedorias da natureza! ...
"... Repara no riacho. Sabe encontrar no terreno o ponto de menor resistência para continuar a fluir.
Ou a neve, com constância, e apesar da sua porosidade, continua a insistir até quebrar o ramo da árvore.
Ou a montanha, que não se move e encontra a sua força nessa ausência de acção, sabendo esperar com infinita paciência.
Na natureza está o equilíbrio. É esse o seu mistério, o seu encanto, o seu enigma."
(Ramiro A. Calle in "O Faquir")
(11.Fevereiro.2012)
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