"... Repara no riacho. Sabe encontrar no terreno o ponto de menor resistência para continuar a fluir.
Ou a neve, com constância, e apesar da sua porosidade, continua a insistir até quebrar o ramo da árvore.
Ou a montanha, que não se move e encontra a sua força nessa ausência de acção, sabendo esperar com infinita paciência.
Na natureza está o equilíbrio. É esse o seu mistério, o seu encanto, o seu enigma."
(Ramiro A. Calle in "O Faquir")(11.Fevereiro.2012)
2 comentários:
No topo da montanha, procuro respirar o ar puro que escassa, na minha morada. Sim! Porque o meu mundo não é a montanha. Mas para aprender respiro o ar que a montanha me oferece, pois eu não lhe pedi nada; sinto cada brisa como que uma comunicação entre entre dois homens cegos, sim, que por analogia, os cegos são como eu, vejo com a alma. Sim, eu não sou cego, mas quando na montanha, os meus olhos fecham-se e a minha alma comunica com a natureza mãe. O "cego" consegue apreciar todas as sensações, desejá-las, repetir cada prato que saboreou! Sinto-me limitado, limitando-me a mim mesmo, pois, sinto-me "cego", não vejo quando abro os olhos, mas quando os fecho, a minha alma vê muito mais além, à frente como que quem consegue antecipar o que vai acontecer. Mas como disse, estou limitado! Limitei-me a um horizonte que não se conhece fim, limitei-me à natureza achando-a demasiado densa para a percorrer, mas como "cego" vejo com a alma e não me limitei para poder amar. A Sabedoria da mãe natureza ensina que: cada folha numa árvore representa uma vida, quando no chão representa a morte. Neste paradigma vale pena pensar : Vale a pena ter a cabeça erguida e olhar para cima, apreciando a natureza, ou olhar para o chão e vermos onde metê-mos os pés não pisarmos a mesma natureza? Ou estarei eu "cego" que ainda não vi que faço parte integrante desta mesma natureza!!
Amor para Recomeçar
"O amor pintam-no cego e com asas; cego para não ver os obstáculos; com asas para os transpor."
(Jacinto Benavente y Martinez)
;)
Enviar um comentário