Hoje, numa história que me contaram, descobri parte da essência do meu trabalho.
«O nascimento de um rio não acontece quando a água brota do solo e segue pela superfície da terra. Antes disso, uma sequência de fatos desencadearam e influenciaram esse processo.
Por trás do nascimento de um rio existe uma história.
Primeiro, Olorum através do Sol, aquece a água dos lagos e oceanos.
Oxumarê com seu arco-íris, leva a água em forma de vapor para as nuvens que ficam carregadas. Xangô anuncia com o seu trovão, que Iansã está a juntar às nuvens com o vento mágico que surge quando ela balança as suas saias.
Quando as nuvens estão pesadas, Xangô avisa a Odudúa que prepare seu ventre, pois a chuva irá cair. Ossãe pendura as suas cabaças em Iroko para conter o líquido maravilhoso da vida.
O momento sublime acontece. Numa sintonia perfeita, a chuva cai, trazendo consigo toda força do céu e alimentando toda a terra. Odudúa absorve todo o líquido e cria um enorme lago no interior da terra, o seu ventre.
Quando a água acumulada se enche de força mineral, Odudúa abre o seu ventre e dá vida à majestosa Oxum, que brotará do solo e deslizará sobre o seu leito levando vida por toda a superfície da terra.
Mais à frente a água irá acumular-se de novo e tudo começará; mais uma vez.»
(R.A.)
(7.Dezembro.2011)
1 comentário:
outra metafora brilhante!
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